terça-feira, 26 de setembro de 2023

Mortal Kombat: Deception (PS2)


        Lançado em 2004 para PlayStation 2 e Xbox, e em 2005 para GameCube, "Mortal Kombat: Deception" é, para mim, um dos jogos mais subestimados de toda a franquia Mortal Kombat. Enquanto muitos jogadores sequer lembram do jogo, a verdade é que "MK: Deception" foi absolutamente pioneiro, à frente de seu tempo. Ele trouxe inovações cruciais que muitos de seus sucessores souberam aproveitar.
        Essa não é uma opinião isolada. Na análise do youtuber @CGRundertow, que opera o site Classic Game Room, "'MK: Deception' foi o ápice, até agora, nos jogos de Mortal Kombat e não foi superado desde então."
        Para mim, o maior mérito de "MK: Deception" foi o de introduzir à franquia o modo "Konquest", ou seja, o modo história interativa; ainda segundo o youtuber citado acima, o Konquest é "um conceito que deveria ter sido feito muito antes do lançamento deste jogo em 2004". Inclusive, é graças ao seu Konquest que afirmo, sem hesitação, que "MK: Deception" tem uma atmosfera de mistério que, para mim, da forma como foi feita, é única na história dos videogames. Em grande parte, essa proeza é conquistada pela trilha sonora e pelos aspectos que abordarei a seguir.
        A exploração possibilitada pelo Konquest de "MK: Deception" possui um grau de complexidade diferente dos demais jogos: não apenas por haver diversos mundos (realms) para serem explorados, cada um com sua estética, história e personagens, mas sobretudo por contar com um sistema de coordenadas, dias da semana e horários que só permite que você encontre certos baús se você souber procurar no lugar e no momento certos.
        Bom, sem mais delongas, vamos à apresentação completa do "MK: Deception", feita por uma Inteligência Artificial a partir de algumas fontes confiáveis da internet:

        Mortal Kombat: Deception, lançado em 2004 para PlayStation 2, Xbox e posteriormente para GameCube, marcou uma virada significativa na franquia Mortal Kombat. Este jogo trouxe mudanças notáveis que o elevaram a um patamar de destaque na série.
        Uma das mudanças mais marcantes foi o sistema de luta de três estilos, onde cada personagem possuía três estilos diferentes, incluindo um estilo com uma arma especial. Isso permitiu aos jogadores alternar entre estilos durante as lutas, resultando em uma variedade de movimentos e combos impressionantes. Os combos em Mortal Kombat sempre foram um desafio, mas em Deception, eles se tornaram incrivelmente gratificantes, com combos complexos que deixavam os jogadores sorrindo de satisfação quando realizados com sucesso.
        Além disso, o jogo introduziu o aguardado modo "Konquest", um modo história interativo que permitia aos jogadores explorar livremente os reinos de Mortal Kombat. No papel de Shujinko, os jogadores podiam desvendar a história dos deuses ancestrais, os reinos e os conflitos que moldaram o universo da série. O Konquest trouxe uma dimensão narrativa rica ao jogo, tornando-o mais envolvente.
        No que diz respeito aos personagens, Mortal Kombat: Deception apresentou uma lista impressionante, incluindo 15 personagens clássicos e 8 novos. Shujinko, o protagonista, se destacou como um personagem versátil, capaz de adotar as técnicas de outros personagens, proporcionando uma jogabilidade única. Noob-Smoke, um pacote duplo com estilos de luta intercambiáveis, ofereceu uma ameaça formidável para os oponentes despreparados. Na versão de Gamecube, também é possível jogar utilizando o Shao Kahn e o Goro.
        O jogo também trouxe inovações com minijogos como o 'Chess Kombat' (Xadrez) e o 'Puzzle Kombat' (Tetris), adicionando um toque divertido à experiência.
        Em termos de história, Deception continuou a partir do ponto onde "MK: Deadly Alliance" parou, proporcionando uma narrativa envolvente e explorando os mistérios dos reinos e dos deuses.
        As finalizações, um dos marcos da série, estavam presentes, incluindo os icônicos 'Fatalities' e as finalizações de cenário, que retornaram de forma empolgante.
        Em resumo, Mortal Kombat: Deception não apenas manteve a tradição da série, mas também trouxe inovações significativas, como o sistema de luta de três estilos, o modo Konquest e os minijogos. Com uma lista diversificada de personagens e uma história complexa, o jogo conquistou seu lugar como um dos destaques da franquia, marcando uma era importante para os jogos de luta. Para os fãs da série e para os que buscam uma experiência de luta cativante, Mortal Kombat: Deception é, sem dúvida, uma escolha sólida. 

        O canal "Casa do Jogo Antigo" no Youtube acertou em cheio em sua análise quando diz, sobre o modo de luta, que "passa a sensação de que o lutador está preso no chão". Este, para mim, é o único defeito significativo de "MK: Deception": o modo de combate é truncado, não tem muita fluidez a não ser pelos combos. Felizmente, o jogo que o sucedeu, "Mortal Kombat: Shaolin Monks" (2005) corrigiu essa questão dos movimentos truncados, inaugurando uma fluidez insuperável em toda a franquia; mas isso é assunto para outra análise.
        O segundo ponto negativo que eu apontaria em "MK: Deception" é que os seus gráficos, infelizmente, "envelheceram mal". Isto é, se um jogador acostumado com os gráficos dos jogos atuais for jogar "MK: Deception" pela primeira vez, certamente sentirá um estranhamento em relação aos seus gráficos poligonais. Contudo, talvez não seja justa essa comparação, que é muito mais um anacronismo — ou seja, quando "algo do passado é colocado em um contexto moderno" — do que propriamente uma crítica coerente.
        Ainda em relação ao Konquest de "MK: Deception", é interessante observar que o jogador acompanha o envelhecimento de Shujinko, que inicia as missões enquanto ainda é jovem e, ao longo do jogo, torna-se um senhor de barba branca capaz de usar habilidades especiais de vários personagens clássicos, com os quais batalhou e aprendeu ao longo de sua jornada. Isso faz com que, em termos de versatilidade, Shujinko entre na mesma categoria que outros personagens "multifuncionais" da franquia, tais como o famoso vilão Shang Tsung e o emblemático personagem secreto, Chameleon.
        Lembram quando comentei que, em termos de atmosfera misteriosa, nenhum outro jogo chega aos pés do Konquest de "MK: Deception"? Então. Em 2020, o youtuber @MattJ155 publicou um vídeo revelando mais de 10 segredos escondidos no jogo, descobertos 16 anos após o lançamento. O mais interessante deles, para mim, é este:

Em "Mortal Kombat: Deception", a maioria dos habitantes do Netherrealm e Chaosrealm no Modo Konquest fala de trás para frente, e o que é exibido nas legendas tem pouca ou nenhuma associação com o que é dito auditivamente. Descobriu-se, porém, que existem mensagens ocultas nesses diálogos quando os áudios são invertidos. Ou seja, se você pegar as falas e as inverter, obterá uma mistura de mensagens aleatórias engraçadas, avisos sobre Onaga (o vilão do jogo) e algumas informações sobre a história de fundo muito interessantes.

        Até os dias de hoje são lançados novos vídeos sobre segredos do jogo. O youtuber @Ermaccer lançou, em junho de 2023, um vídeo desvendando mais 5 mistérios. Um mês depois, mesmo youtuber lançou um vídeo mostrando aparições secretas de outros personagens da franquia no Konquest. Ou seja, não se trata apenas de uma atmosfera de mistério atingida através da trilha sonora brilhante, mas, efetivamente, uma profundidade real que ainda hoje rende especulações e descobertas.

*
Inclusive, esse youtuber @Ermaccer é mais importante para a comunidade do jogo do que eu imaginava. Ele lançou o "Ultimate Mortal Kombat Deception", um MOD que acrescenta vários personagens jogáveis ao jogo base, além de melhorá-lo em diversos aspectos. E esse MOD recebe atualizações periodicamente, mesmo 19 anos após o lançamento do jogo original. Entretanto, vale destacar que tal MOD é voltado para o modo de combate; não é aconselhável jogar o Konquest nele.

        Dito tudo isso, eu atribuo ao jogo uma nota 8,5. A minha avaliação poderia ser mais generosa se não fosse pela rigidez dos movimentos durante o modo de combate, que só é solucionada mediante a "decoreba" de longas sequências de combo. Deixando isso de lado, é nítido que "MK: Deception" fez história na saga MK, com suas tantas inovações ousadas, além de ser inigualável em termos de atmosfera misteriosa e de segredos a serem desvendados.

NOTA:
8,5
/10

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Hugo (PS1)


        Se você já viu a imagem acima, com certeza você é "das antigas". Trata-se do Menu do jogo "Hugo" (1997), de PlayStation 1. Inclusive, a trilha sonora desse Menu é uma verdadeira obra-prima musical e atmosférica, na minha nada humilde opinião. Você pode ter o privilégio de ouvi-la clicando aqui, de preferência com fones de ouvido e olhos fechados. Para nós, que jogamos ou assistimos "Hugo" em algum momento da infância, essa música é uma verdadeira máquina no tempo.
        Na realidade, "Hugo" não é somente um jogo, mas uma longa franquia de jogos que vai desde 1990 até 2021. Ou seja, é uma franquia completamente nostálgica que atravessou o início do século XXI. Além disso, "Hugo" começou, por incrível que pareça, na TV! O jogo, popularizado no Brasil em 1997 para o Play1, só ficou famoso devido ao programa de TV.
        É meio complicado explicar, então eu fiz o seguinte: reuni informações de várias fontes e pedi para uma Inteligência Artificial fazer um resumão. Desta forma, podemos ter acesso ao conhecimento sem perder tanto tempo. Aqui vai:
"Hugo" teve origem na Dinamarca em 1990 como um programa de televisão interativo. Ficou no ar por cinco anos consecutivos e foi transmitido em mais de 40 países. O programa envolvia a interação dos telespectadores por telefone, onde podiam controlar o personagem Hugo, um simpático troll, em diversas aventuras. O objetivo era resgatar sua esposa e filhos que haviam sido sequestrados por uma bruxa malvada.
O jogo "Hugo" de 1997, lançado para o PlayStation 1, reproduz fielmente as fases que eram apresentadas no programa de TV. Ele oferece dois modos de jogo: o modo "TV", que simula a experiência de ligar para o programa e controlar Hugo pelo telefone, e o modo "Arcade", que é mais desafiador e possui novos comandos.
As fases do jogo incluem uma variedade de desafios, como corridas em trilhos, escapar de pedras rolantes, nadar em um rio perigoso e andar de skate. Cada fase apresenta obstáculos únicos que Hugo deve superar para progredir. No modo "Arcade", essas fases se tornam mais difíceis e incluem novos desafios.
No final do jogo, Hugo enfrenta a bruxa e, dependendo das escolhas feitas durante o jogo, ele pode resgatar sua família ou encontrar um tesouro. O jogo reproduz bem a experiência nostálgica do programa de TV, especialmente para aqueles que cresceram assistindo a ele.
A franquia "Hugo" também gerou diversos outros jogos ao longo dos anos, com adaptações para várias plataformas. Além disso, foram lançados jogos móveis baseados nas minifases do jogo original, transformando-as em corridas infinitas. Além disso, a franquia expandiu-se para máquinas caça-níqueis online.

        Bom, feita a apresentação e contextualização do jogo, vamos propriamente à análise. A primeira coisa que volto a destacar, com o risco de soar repetitivo, é que o maior ponto forte de "Hugo" é a nostalgia. Ou seja, o jogo pode não ter o mesmo valor para quem não é da época. Por outro lado, para quem cresceu nos anos '90, cada barulhinho — aquilo que se chama formalmente de sonoplastia — é um pequeno orgasmo. Estou falando sério. Para quem cresceu assistindo ou jogando "Hugo", cada sonzinho é extremamente satisfatório, desde os botões do menu até as cutscenes em que o Hugo solta os seus bordões (se você erra algo no jogo, o personagem se dá mal e te diz alguma coisa).
        Deixando de lado o aspecto da nostalgia contida no "Hugo" de 1997 para PlayStation 1, outra coisa que se destaca é o alcance do jogo. Ao longo dessas três décadas, foram mais de 70 jogos lançados, para as mais diversas plataformas. É jogo para não acabar mais. A produção de jogos da franquia "Hugo" foi tão frenética que ele foi usado até mesmo pelo submundo do capitalismo, com os tais apps de "caça-níqueis online". Tudo bem, talvez esse não seja um mérito da franquia; pelo contrário.
        De toda forma, num panorama geral, se formos tomar como base o "Hugo" (2007) de PlayStation 1, temos um jogo de enorme carisma, que soube conquistar toda uma geração. E, voltando a jogar depois de adulto, devo admitir que apanhei em várias fases. O nível de dificuldade não é tão baixo quanto se possa imaginar. Exige coordenação motora e reflexos afiados, o que não se pode dizer de muitos jogos atuais.
        Para concluir, eu não teria escolhido "Hugo" (1997) para inaugurar este blog se eu não tivesse, pelo jogo, um carinho inestimável. É um jogo que carrega consigo, e muito nitidamente, a estética dos jogos dos anos '90 no seu auge. Estamos falando de um jogo que possui personalidade, história e um nível de dificuldade moderado. É por tudo isso que, dentro da minha avaliação, eu atribuo a "Hugo" (1997) nota 8 (de um total de 10).

NOTA:
8
/10