sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

The Simpsons: Hit & Run


Se você cresceu nos anos 2000 assistindo Os Simpsons e jogando videogame, há grandes chances de The Simpsons: Hit & Run (2003) ter um lugar especial na sua memória. Ele pegou a fórmula de GTA III, removeu a brutalidade e recheou tudo com o humor caótico e sarcástico da série. O resultado? Um jogo de mundo aberto onde Springfield vira um playground interativo, cheio de referências, diálogos afiados e missões absurdas. Dois detalhes tornaram essa experiência memorável: a fidelidade ao universo dos Simpsons e a sensação de liberdade ao explorar a cidade. Mesmo depois de duas décadas, Hit & Run ainda é lembrado com carinho – e por muitos, é visto como um daqueles jogos que precisam de um remake.

Confesso que foram poucas as vezes em que pude jogar esse jogo, mas todas as vezes que o fiz (sempre no PS2 ou em emulador de PS2 para PC), fiquei encantada pela estética de “GTA colorido e family friendly”. Sempre fui fascinada por mundos abertos, desde pequena, e havia algo mágico na forma como Springfield parecia viva e acessível, como se eu pudesse realmente fazer parte daquele universo. Era um daqueles jogos que, mesmo sem jogar por horas a fio, deixava uma marca por sua atmosfera única e inesquecível. 

Hit & Run seguia a estrutura clássica de missões em mundo aberto, divididas em sete níveis, cada um protagonizado por um personagem jogável: Homer, Bart, Lisa, Marge e até o Apu. A cidade estava cheia de NPCs falantes, colecionáveis e missões que envolviam corridas contra o tempo, fugas cinematográficas e entregas absurdas. A principal inspiração era GTA III, mas sem a violência gráfica. Sim, você podia “roubar” carros – mas aqui, ninguém ligava. Sim, você podia atropelar pedestres – mas eles apenas soltavam frases engraçadas e seguiam em frente. A polícia existia, mas só te multava se você causasse confusão demais.

Além das missões, havia um sistema de moedas que permitia comprar veículos e skins temáticas para os personagens. A variedade de carros era um show à parte, trazendo desde o icônico carro cor-de-rosa do Homer até o Plow King. Outro charme era a trilha sonora dinâmica e as falas dos personagens, todas dubladas pelos atores da série. Esse detalhe fazia o jogo soar como um episódio interativo.

Um dos grandes trunfos de Hit & Run era a forma como Springfield foi recriada. As ruas, os prédios e os diálogos eram cheios de detalhes tirados diretamente da série. Cada canto do mapa tinha algo para explorar, e os fãs podiam reconhecer instantaneamente locais icônicos, como o Kwik-E-Mart e a Usina Nuclear do Sr. Burns. O jogo era dividido em três mapas principais, que se modificavam conforme a história avançava – uma solução criativa, mas que podia dar a sensação de repetição para quem esperava um mundo completamente aberto.

A comparação com GTA III era inevitável, mas Hit & Run tinha personalidade própria. Enquanto o clássico da Rockstar apostava em um tom sombrio e realista, o jogo dos Simpsons abraçava o absurdo e o humor nonsense. A acessibilidade também era um diferencial: sem mecânicas punitivas, sem missões impossíveis, apenas diversão descompromissada.

Hit & Run ainda é um dos melhores jogos licenciados baseados em uma série animada, com sua atmosfera vibrante, humor afiado e uma Springfield cheia de detalhes que fazem qualquer fã se sentir em casa. No entanto, revivê-lo hoje pode não ser tão envolvente quanto a memória sugere. As missões são repetitivas, os tempos de carregamento testam a paciência, e a física dos carros pode ser mais frustrante do que divertida. A nostalgia o mantém vivo, mas, sem ela, a experiência já não tem o mesmo brilho.

O desejo por um remake continua forte na comunidade de fãs. Modders dedicados já recriaram partes do jogo em motores gráficos modernos, e fãs continuam pedindo uma versão remasterizada. Mas, enquanto nada oficial acontece, Springfield segue esperando pelos jogadores nostálgicos – sempre pronta para mais uma aventura caótica e sarcástica.

NOTA:
6,5
/10

domingo, 26 de janeiro de 2025

Viva Piñata


Viva Piñata é um daqueles jogos que aquecem o coração. Lançado em 2006 para Xbox 360, ele nos transporta para um jardim cheio de vida, onde o objetivo é atrair e cuidar de piñatas – criaturas coloridas e carismáticas feitas de papel machê. É o tipo de jogo que combina fofura com uma pitada de estratégia, perfeito para quem gosta de criar e explorar em seu próprio ritmo. Apesar da aparência simples e acolhedora, ele esconde uma profundidade surpreendente, oferecendo desafios que cativam tanto iniciantes quanto jogadores mais experientes.

Por trás dessa ideia encantadora está a Rare, o lendário estúdio britânico que revolucionou os videogames nos anos 90 com títulos icônicos como a aclamada trilogia Donkey Kong Country. Famosa por sua criatividade e atenção aos detalhes, a Rare sempre teve um talento especial para criar mundos que capturam nossa imaginação. Em Viva Piñata, essa tradição continua com um jogo que transborda personalidade, seja nos cenários vibrantes ou nas animações divertidas das piñatas. Cada detalhe foi pensado para tornar o jardim mais do que um espaço virtual – ele é o coração pulsante da experiência.

O que realmente chama a atenção em Viva Piñata é a forma como ele mistura simplicidade e cuidado. A premissa é criar um jardim que atraia diferentes espécies de piñatas, cada uma com suas preferências. Algumas gostam de flores específicas, enquanto outras precisam de certos tipos de solo ou condições para aparecer. Quando duas piñatas da mesma espécie se encontram, elas podem “romancear” – uma palavra adorável que o jogo usa para descrever o processo de reprodução, acompanhado por uma dancinha única que nunca deixa de arrancar um sorriso.

Além de ser charmoso, o jogo apresenta gráficos que estavam à frente de seu tempo. Embora as piñatas tenham um visual cartunesco e exagerado, o nível de detalhe nas texturas, iluminação e animações dá um toque de hiper-realismo que faz tudo parecer ainda mais mágico. A mudança entre dia e noite, assim como as condições climáticas, não só adiciona variedade visual, mas também influencia a jogabilidade. É como se o jardim tivesse vida própria, respondendo ao cuidado do jogador de maneiras pequenas, mas impactantes.

A trilha sonora de Viva Piñata é como um abraço sonoro que envolve o jogador no clima tranquilo e acolhedor do jogo. As músicas noturnas são as minhas favoritas – eu poderia ouvi-las o dia todo. Com melodias orquestrais suaves, quase como canções de ninar, a música evoca o charme do campo enquanto passeia por altos e baixos que despertam diferentes emoções. Essas nuances musicais transformam cada momento no jardim em algo especial, alternando entre o relaxamento absoluto e um toque de curiosidade ou expectativa. Mais do que complementar a jogabilidade, a trilha sonora dá vida ao jardim, sendo tão encantadora que muitos fãs continuam a ouvi-la mesmo fora do jogo, como uma obra atemporal que ainda transmite sua magia.

Cuidar do jardim é uma tarefa que mistura criatividade com planejamento. O sistema de plantação é parte essencial dessa dinâmica: você pode cultivar uma variedade de plantas, cada uma com funções específicas, como atrair novas piñatas ou servir de alimento para as que já residem ali. Algumas plantas exigem cuidados especiais, como água na medida certa ou fertilizantes produzidos por piñatas específicas, o que adiciona um toque estratégico ao cultivo. É um equilíbrio constante entre criar um espaço bonito e funcional, sempre com espaço para experimentação. (Uma boa dica é plantar pimentas. Elas dão muito dinheiro!)

Claro, nem tudo é tranquilidade no mundo de Viva Piñata. Entre uma flor desabrochando e uma piñata dançando alegremente, surgem os desafios. As sour piñatas, versões “amargas” das criaturas amigáveis, podem invadir seu jardim e causar confusão. Para lidar com elas, o jogador precisa adotar estratégias específicas, como alimentá-las com itens que as tornam amigáveis ou mesmo destrui-las. Apesar disso, o jogo nunca fica frustrante. Ele sempre dá ferramentas para superar os problemas, reforçando uma mensagem de paciência e persistência.

Algo que diferencia Viva Piñata de outros jogos do gênero é a liberdade que ele dá ao jogador para personalizar o jardim. Você pode criar um espaço com lagos, gramados amplos, flores em tons suaves ou cores vibrantes – tudo depende do seu estilo. Essa flexibilidade torna cada partida única, incentivando a criatividade e criando uma conexão especial com o mundo do jogo. O jardim se transforma em uma extensão do próprio jogador, refletindo suas escolhas e preferências.

No fim, Viva Piñata é muito mais do que um simples passatempo. Ele tem aquele algo a mais – uma mistura de charme, fofura e desafio – que o torna inesquecível. A Rare, com sua expertise em criar experiências envolventes, conseguiu capturar algo universal: o prazer de cuidar, criar e se conectar. Não importa se você é um fã de longa data da Rare ou está conhecendo o estúdio pela primeira vez, Viva Piñata é o tipo de jogo que conquista sem esforço, deixando uma marca especial. E, ao fechar o jogo depois de algumas horas no jardim, você percebe que está saindo não só de um jogo, mas de um espaço que, de alguma forma, conseguiu alegrar o dia.

NOTA:
8
/10

The Sims 2


Era 2004. Eu tinha uma cunhada, que até hoje levo no coração, que foi quem me apresentou ao The Sims 1. Lembro-me de ir à casa dela e ver, no seu computador de tubo, algo que eu podia apenas sonhar em rodar no meu próprio computador: The Sims 2. Eu precisaria de uma placa de vídeo para jogar, algo que meu humilde PC não tinha. Então, enquanto na minha casa ainda vivia a rotina limitada (mas fantástica) do The Sims 1, era na casa dela que eu experimentava algo que me parecia impensável. A primeira vez que joguei The Sims 2 foi um choque – não se tratava apenas de um jogo, mas de um salto monumental em como experimentamos e interagimos com mundos virtuais.

Acostumada com os quatro ângulos fixos e os zooms rígidos do The Sims 1, me vi transportada para um universo onde a câmera, agora livre, abria um mundo de possibilidades. Não estávamos mais olhando de fora, como a um aquário bem luminado; agora, podíamos nos inserir dentro das casas, entre os Sims, observando as coisas como se estivéssemos ali, lado a lado com eles. Essa sensação de imersão, proporcionada pela graphics engine em 3D e pela liberdade de movimento da câmera, era simplesmente revolucionária. Era como se o jogo tivesse deixado de ser apenas um tabuleiro digital e se transformado em um mundo vivo, onde cada olhar podia revelar algo novo.

Por muitos anos, entretanto, essa experiência continuou sendo um privilégio esporádico, reservado às visitas à casa da minha cunhada. Foi só por volta de 2012, já no ensino médio, que finalmente consegui minha própria placa de vídeo. Eu me lembro de voltar da escola, ansiosa, e correr para o computador para finalmente jogar The Sims 2 como sempre quis: com tempo, calma e profundidade. Foi nesse período que conheci o jogo em toda a sua extensão, mergulhando nos detalhes que antes só podia imaginar. Cada sessão de jogo era uma descoberta, e me apaixonei completamente por sua estética e atmosfera únicas, que pareciam carregadas de algo especial e mágico.

The Sims 2 para PC (lançado em 2004) é o verdadeiro coração do jogo, representando a experiência completa e profunda que redefiniu a franquia. Com gráficos 3D, personalização detalhada no Create-A-Sim (CAS), ciclos de vida e sistemas complexos como genética e aspirações, The Sims 2 para PC estabeleceu um novo padrão para jogos de simulação. Já The Sims 2: Castaway, lançado em 2007 para PlayStation 2, é apenas um spin-off, que oferece uma experiência completamente diferente, voltada para uma narrativa linear de sobrevivência em uma ilha deserta. Enquanto a versão para PC celebra a liberdade criativa e a complexidade que define a franquia, Castaway era uma adaptação simplificada e mais acessível para consoles, mostrando a versatilidade da marca, mas sem atingir nem metade da profundidade do jogo principal.

Mas The Sims 2 não se contentava apenas com o visual. A estética única do jogo, com sua paleta de cores vibrantes e texturas detalhadas, tinha um charme inconfundível. A trilha sonora, composta por melodias que capturavam perfeitamente o equilíbrio entre o nostálgico e o otimista, se tornou imediatamente icônica. Ela dava um tom emocional ao jogo, transportando o jogador para um espaço que era ao mesmo tempo familiar e inspirador. Não é algo que pode ser explicado apenas com palavras; é uma experiência que se sente – um tipo de conforto que nenhum outro título da franquia conseguiu reproduzir completamente, com exceção talvez de The Sims 1.

Como já dito, as inovações do The Sims 2 marcaram um divisor de águas para a franquia, estabelecendo novos padrões para jogos de simulação de vida. Para além dos novos gráficos em 3D e a câmera livre, recursos como estágios de vida, genética, aspirações e o sistema de desejos e medos adicionaram uma camada de profundidade emocional que revolucionou a dinâmica do jogo. Essas mecânicas permitiram uma jogabilidade mais rica e imprevisível, com memórias impactando diretamente a personalidade dos Sims. Além disso, o Create-A-Sim expandido oferecia uma personalização muito mais robusta, permitindo que cada Sim fosse único tanto em aparência quanto em comportamento. The Sims 2 estabeleceu a base para tudo o que a franquia ainda viria a explorar nos anos seguintes.

Quando falamos sobre a comparação entre The Sims 2 e The Sims 4, fica evidente que o segundo título da franquia permanece incomparável em termos de profundidade e qualidade, especialmente quando analisamos as versões base dos dois jogos. Enquanto The Sims 2 oferece uma experiência rica, completa e cheia de detalhes logo de cara, The Sims 4 parece depender inteiramente de seus impressionantes 78 pacotes de expansão para ser minimamente interessante. Sem essas expansões, o jogo base de The Sims 4 se resume a uma rotina básica de trabalho, comida e sono, com interações sociais limitadas e uma sensação constante de monotonia. Recursos fundamentais estão ausentes, como mudanças de estações, animais de estimação e até mesmo elementos narrativos básicos, forçando os jogadores a desembolsar grandes quantias de dinheiro para completar o que deveria ser uma experiência integral.

Em contraste, The Sims 2 já chega totalmente funcional e surpreendentemente profundo. O sistema de desejos e medos, por exemplo, cria Sims que se comportam de maneira mais imprevisível e emocionalmente realista, com desejos que moldam suas ações e medos que podem levar a crises emocionais reais. Esses elementos adicionam riscos genuínos ao gerenciamento dos personagens, algo que foi simplificado a ponto de se tornar superficial no The Sims 4. Além disso, a riqueza dos detalhes em The Sims 2 é insuperável: os bebês são interativos e podem ser banhados no tanque da cozinha, enquanto crianças reagem de forma única a eventos como boletins escolares – detalhes que trazem charme e realismo à experiência. Já no The Sims 4, muitas dessas interações foram reduzidas a notificações simplórias ou animações genéricas, deixando o jogo sem vida.

E, claro, havia a profundidade narrativa dentro do próprio jogo. Tudo parecia maior e mais significativo no The Sims 2. O sistema de genética, onde os filhos carregavam traços físicos e de personalidade dos pais, era algo mágico. Pela primeira vez, você podia ver a continuidade de uma família se desenrolar diante de seus olhos. A passagem do tempo também ganhou uma dimensão emocional, com os estágios de vida e o envelhecimento dos Sims. Eles não eram mais apenas personagens, mas histórias em movimento, cheias de memórias, aspirações e dilemas que refletiam, de forma impressionante, os altos e baixos da vida real.

As expansões do The Sims 2 elevaram ainda mais a experiência do jogo, introduzindo conteúdos inovadores e mecânicas que enriqueceram a jogabilidade sem comprometer a integridade do jogo base, que já era completo por si só. Com oito pacotes de expansão, cada um trouxe características significativas: University expandiu a vida acadêmica com a adição de jovens adultos e campi universitários; Nightlife trouxe o romantismo dos encontros e a diversão da vida noturna; Open for Business permitiu aos jogadores abrir e gerenciar seus próprios negócios; Seasons apresentou mudanças climáticas e estações do ano; e Apartment Life, lançado em setembro de 2008, introduziu bruxas e feiticeiros. Nesta última expansão, os jogadores podiam explorar um sistema mágico mais estruturado, onde os Sims se tornavam bruxos ao criar laços com feiticeiros experientes e aprender feitiços classificados como bons, neutros ou malignos. Essa expansão ainda trouxe um bairro oculto dedicado a Sims mágicos, adicionando uma dimensão sobrenatural e narrativa única ao jogo.

Quando comparado aos outros títulos da franquia, The Sims 2 permanece inigualável em muitos aspectos. A nostalgia sombria do The Sims 1 tinha seu charme, assim como o mundo aberto e a personalização quase infinita do The Sims 3. Ainda assim, o segundo jogo da série parecia reunir o melhor dos dois mundos: um equilíbrio perfeito entre jogabilidade, estética e imersão. Era o pacote completo – e mais do que isso, era um jogo que parecia ter sido feito com alma. Ele nunca tratava o jogador como alguém que precisava ser impressionado com gráficos ou funcionalidades superficiais, mas como um contador de histórias, um criador de mundos, alguém que merecia um espaço para sonhar.

Assim, The Sims 2 não é apenas um dos melhores jogos da franquia; é um daqueles raros momentos em que a arte e a técnica se encontram, criando algo verdadeiramente especial. Mesmo depois de todos esses anos, ele continua sendo um padrão pelo qual outros jogos são medidos – e, muitas vezes, um lembrete de como é bom se perder em um mundo onde tudo parece possível.

Para finalizar, é importante destacar que a comunidade de fãs de The Sims 2 permanece ativa e vibrante na internet, mesmo após mais de 20 anos do seu lançamento. Essa paixão duradoura é alimentada por diversos fatores, incluindo a nostalgia, a criação constante de mods e conteúdos personalizados, e o entusiasmo em torno de rumores de um possível relançamento do jogo. A internet continua sendo um ponto de encontro para jogadores que compartilham histórias, criam novos itens e aprimoram o jogo com mods que mantêm a experiência fresca e empolgante. A influência do jogo ainda é profunda e seu legado permanece vivo na cultura dos games.

NOTA:
10
/10

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Harvest Moon: Back to Nature


Harvest Moon: Back to Nature para o PlayStation 1 é um jogo que mistura serenidade, nostalgia e um desafio surpreendente. Lançado em 1999, ele coloca o jogador no controle de uma fazenda decadente que precisa ser restaurada em três anos, mas a verdadeira mágica está nos detalhes: na atmosfera cuidadosamente construída, nas interações com os habitantes da vila e na sensação de pertencimento que emerge ao longo da jornada. Apesar de eu mesma nunca ter conseguido jogar por muito tempo – as tarefas e o planejamento sempre me pareceram complexos demais sem algum conhecimento prévio –, adoro assistir e me encantar com a forma como o jogo captura a simplicidade e a beleza da vida rural. Para mim, a maior qualidade de Back to Nature é a atmosfera aconchegante, especialmente nos dias de chuva, quando o som das gotas e o tom escuro que envolve a paisagem criam uma calma quase terapêutica.

A atmosfera é o coração pulsante do jogo. Tudo nele foi pensado para transmitir uma sensação de tranquilidade que transporta o jogador para um mundo de pura paz rural. As estações do ano mudam não só as paisagens, mas também as atividades, criando uma imersão que poucos jogos da época conseguiam alcançar. A trilha sonora complementa essa experiência com melodias suaves, que embalam as tarefas diárias, enquanto festivais e eventos comunitários dão um toque de vivacidade e criam um vínculo emocional com os personagens. Mesmo quem não está jogando – como eu, que prefiro assistir – é capaz de se perder no charme do mundo que o jogo cria, um lugar onde cada detalhe, por menor que seja, parece ter sido feito para encantar e acalmar.

Mas não se deixe enganar pela aparência simples. Harvest Moon: Back to Nature é surpreendentemente complexo e exige planejamento cuidadoso. O tempo no jogo passa rapidamente, e cada dia traz decisões: cuidar dos animais, plantar, colher, socializar ou preparar o terreno para a próxima estação. A energia do personagem é limitada, e ultrapassar seus limites pode resultar em hospitalização, adicionando uma camada de estratégia às tarefas cotidianas. Além disso, desenvolver relações com os mais de cinquenta personagens requer atenção, memorização de gostos e participação nos eventos da vila. Para jogadores experientes, essa profundidade é recompensadora; para mim, observar como tudo se desenrola é uma forma de apreciar a genialidade do design sem me perder na pressão das tarefas. O meu argumento é: o verdadeiro charme está em apreciar a atmosfera do jogo e a maneira como ele constrói uma sensação de mundo vivo. No entanto, a complexidade das tarefas e a necessidade de um conhecimento prévio tornam a curva de aprendizado desafiadora demais para quem está começando a jogar agora, impedindo que eu mergulhe completamente na experiência.

Comparado aos outros jogos da franquia, especialmente ao clássico de Super Nintendo, Back to Nature se destaca pela profundidade emocional e pelos sistemas mais elaborados. As interações sociais são mais ricas, com eventos únicos que revelam a história e a personalidade de cada personagem. A arte, mais detalhada e vibrante, torna a experiência ainda mais imersiva, enquanto a trilha sonora icônica eleva a ambientação a um novo nível. Mesmo décadas depois, é um jogo que continua sendo referência para muitos, não apenas como um marco na série Harvest Moon, mas também como inspiração direta para títulos como Stardew Valley, que modernizou a fórmula ao incorporar elementos de combate e crafting. Ainda assim, o charme e a atmosfera única de Back to Nature permanecem insuperáveis – além de este continuar sendo o verdadeiro antecessor espiritual (o bisavô) de todos esses jogos modernos, como o famoso Stardew Valley.

Nos dias de chuva, o jogo atinge seu ápice emocional. O som das gotas caindo nos telhados, o tom escuro suave que colore o cenário e a desaceleração natural das tarefas criam momentos de introspecção que transformam o ordinário em algo extraordinário. É nesse contraste entre a simplicidade da vida rural e os desafios do gerenciamento que Back to Nature encontra seu equilíbrio perfeito. Assistir ao jogo – especialmente durante essas chuvas – é como revisitar um sonho, onde cada detalhe parece projetado para confortar e inspirar.

Harvest Moon: Back to Nature não é apenas um jogo, mas uma janela para um mundo onde o ritmo da vida é mais lento e os pequenos gestos têm grande impacto. Seja para quem joga ou para quem, como eu, prefere assistir, ele continua sendo uma experiência única que nos convida a desacelerar, refletir e encontrar beleza nos momentos mais simples. É um clássico que transcende o tempo, e sua influência em jogos como Stardew Valley apenas reforça a importância de sua contribuição ao gênero de simuladores de vida.

NOTA:
7,5
/10

Para finalizar, nada melhor do que assistirmos a um dia chuvoso em Harvest Moon! É só clicar na imagem abaixo!

domingo, 12 de janeiro de 2025

Ori and the Blind Forest


Se me perguntarem qual o jogo mais bonito que já joguei, minha resposta será imediata, sem pensar duas vezes: Ori and the Blind Forest. Não apenas por ser visualmente deslumbrante – o que, sem sombra de dúvidas, é –, mas porque há algo ali, na forma como o jogo combina narrativa, arte e música, que transforma a experiência em algo transcendental. Qualquer pessoa que tenha se aventurado pela floresta de Nibel sabe exatamente do que estou falando. É um jogo que não se joga apenas; você o sente. Ele te abraça e, ao mesmo tempo, desafia, deixando uma marca que dificilmente se apaga.

Ori and the Blind Forest nasceu de um sonho. Literalmente. A Moon Studios foi criada exclusivamente para dar vida a este jogo, unindo talentos espalhados pelo mundo com o único propósito de construir algo extraordinário. Essa visão começou em 2010, quando decidiram criar um estúdio diferente, onde barreiras geográficas não limitassem a criatividade. A ideia de uma equipe distribuída, trabalhando remotamente, possibilitou reunir pessoas apaixonadas e de perspectivas únicas. E então, com o apoio da Microsoft, que adquiriu os direitos de distribuição cerca de um ano após o início do desenvolvimento, o sonho começou a ganhar forma. A parceria entre um pequeno estúdio independente e uma gigante como a Microsoft não foi apenas uma oportunidade; foi o alicerce que permitiu que cada detalhe do jogo fosse refinado até alcançar um nível quase inatingível de perfeição.

E essa perfeição se reflete em cada instante do jogo. A história, que parece simples à primeira vista, logo revela camadas profundas de emoção e significado. Ori, um espírito guardião, é acolhido por Naru, uma figura maternal que enche os primeiros momentos de calor e ternura. Mas a tragédia logo quebra essa harmonia, deixando Ori sozinho em um mundo em colapso. A jornada que se segue – para restaurar a vida da floresta de Nibel – não é apenas uma missão heroica. É uma ode à resiliência, à coragem e à conexão com algo maior do que nós mesmos. Com gestos silenciosos, uma trilha sonora inesquecível e visuais que parecem ter sido arrancados de um sonho, Ori comunica mais do que qualquer diálogo seria capaz.

O mundo que Moon Studios criou é uma pintura viva. A floresta de Nibel respira e pulsa com vida, e cada canto dela parece meticulosamente desenhado à mão. A paleta de cores não está ali só para ser bonita; ela conta histórias, reflete emoções e guia o jogador por um caminho de luzes e sombras que é tão mágico quanto orgânico. O uso da iluminação, por exemplo, vai além do estético; é funcional e narrativo, como se a própria floresta estivesse conversando com você. E há algo quase mágico na fluidez com que as áreas se conectam, como se não houvesse limites entre um cenário e outro – somente uma continuidade que te convida a explorar.

Mas o que seria da beleza sem a jogabilidade? Ori and the Blind Forest é mais do que visualmente encantador; ele desafia você a se mover com graça e precisão. Cada habilidade que Ori aprende, como o icônico Bash, não só amplia suas opções de exploração, mas também transforma o modo como você interage com o mundo. Cada salto, cada desvio, cada fuga tensa (como a inesquecível subida na árvore Ginso) parece uma dança entre você e o ambiente, uma troca constante de movimentos que recompensa tanto a habilidade quanto a paciência. E há algo incrivelmente único no sistema de salvamento, o Soul Link, que transforma até o simples ato de salvar em uma escolha estratégica.

Nada disso seria possível sem a trilha sonora, que é uma personagem à parte. Ela não só acompanha os acontecimentos, mas os eleva. Desde os sussurros melódicos que te envolvem durante a exploração, até os crescendos épicos que aceleram o coração nas sequências de ação, cada nota parece pensada para tocar algo profundo dentro de quem joga. Não é apenas música; é narrativa pura, que guia suas emoções tanto quanto a própria história.

E então veio Ori and the Will of the Wisps, lançado em 2020, para expandir essa magia. Se o primeiro jogo foi uma obra de arte em equilíbrio, o segundo é a sua evolução. Com um mundo três vezes maior, um sistema de combate reformulado que permite o uso de armas como espadas e arcos, e novas formas de personalizar habilidades, o jogo elevou a experiência a outro patamar. O centro vibrante de Wellspring Glades, onde personagens oferecem quests e melhorias, cria uma sensação de comunidade única. A narrativa se aprofunda ainda mais, explorando temas de sobrevivência e esperança, enquanto Ori enfrenta inimigos como a poderosa e trágica coruja Shriek. É um lembrete de que, mesmo em um universo digital, há espaço para contar histórias que nos tocam profundamente.

No entanto, a verdadeira mágica de Ori está no impacto que ele deixa. É o tipo de jogo que você finaliza e, mesmo assim, sente que ele nunca realmente termina. Ele permanece com você, como uma memória vívida de algo que foi mais do que entretenimento. Não é exagero dizer que Ori redefiniu o que eu acredito que videogames podem ser. E pensar que tudo começou com o sonho de criar algo que homenageasse clássicos de plataforma, mas que acabou se tornando muito mais: um marco artístico e emocional.

Se você ainda não jogou Ori and the Blind Forest ou sua continuação, não há mais o que esperar. A floresta de Nibel e os mistérios de Will of the Wisps estão lá, esperando para serem explorados. Não são apenas jogos – são experiências que iluminam a alma. Uma vez que você entrar, é impossível sair o mesmo.

NOTA:
10
/10

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Worms Armageddon


"Worms Armageddon" (1999) é um mergulho direto na alma da era dos anos 90, quando videogames ainda tinham o poder de reunir amigos no sofá para uma experiência tão caótica quanto inesquecível. Lançado em 1999 pela Team17, o jogo se destacou por sua fórmula simples, mas com um toque de genialidade: equipes de minhocas armados com bazucas, granadas de banana e a inesquecível Granada Aleluia, duelando em cenários cheios de possibilidades e surpresas. Cada partida era um espetáculo de estratégia improvisada, com pitadas generosas de humor e sorte — e talvez algumas amizades abaladas por um tiro bem colocado.

Se há algo que Worms Armageddon conseguiu capturar perfeitamente, foi a essência do multiplayer local. Imagine a cena: uma sala iluminada pela luz da TV, risadas ecoando enquanto alguém erra um tiro crucial por causa do vento, e aquela mistura inconfundível de competição e camaradagem. Para muitos, essas sessões não eram apenas jogos — eram pequenos eventos sociais que se tornaram parte da memória coletiva de uma geração. E mesmo no modo solo, havia um certo charme em dominar os desafios insanos das missões, que pareciam estar constantemente testando tanto a paciência quanto a criatividade do jogador.

O diferencial de Worms Armageddon, no entanto, está na maneira como ele mescla simplicidade com profundidade. O sistema de física, até hoje lembrado como um dos mais inovadores, transformava até mesmo o ato de arremessar uma granada em uma aula de cálculo prático. Força, ângulo, vento — tudo influenciava cada decisão, e cada erro podia ser uma explosão de risos ou de frustração. A Ninja Rope, com sua física única e curvas de aprendizado desafiadoras, era praticamente uma arte. Quem dominava essa ferramenta não era apenas um jogador habilidoso; era um ninja das minhocas.

E como não falar das falas? Quem jogou jamais esquece o "Sir, yes sir!" dito em tons caricatos, ou o "Oh, não!" que precedia explosões catastróficas. Esses pequenos detalhes de sonoplastia não eram apenas um complemento; eles definiam o caráter e a identidade do jogo, transformando cada vermizinho em uma espécie de anti-herói tragicômico. O som era parte da experiência, elevando o humor e consolidando o charme nostálgico que permanece até hoje.

Além disso, o arsenal de Worms Armageddon era um espetáculo à parte. As armas e ataques garantiam momentos hilários que transformavam o cenário em um show de destruição e risos. Podemos citar o Gambá (ou melhor, cangambá), que espalhava gás venenoso causando danos contínuos às minhocas afetadas, e a icônica Velhinha, que caminhava lentamente pelo campo antes de explodir em uma despedida cômica. O Lança-Ovelhas fazia o caos voar literalmente, lançando ovelhas explosivas em trajetórias improváveis, enquanto a caótica Vaca Maluca trazia uma sequência de bovinos descontrolados – uma fileira de vaquinhas muito loucas e explosivas. Cada uma dessas armas não era apenas útil estrategicamente, mas também carregava o tom irreverente que fazia do jogo algo único.

Mesmo décadas após seu lançamento, Worms Armageddon continua relevante — uma prova do impacto que ele causou. A comunidade fiel mantém o jogo vivo através de mods, mapas personalizados e até mesmo melhorias que os fãs mesmos desenvolveram. Claro, as edições recentes dividem opiniões: enquanto muitos celebram o acesso renovado ao clássico, outros lamentam a falta de aprimoramentos gráficos ou modos online mais robustos. Mas talvez isso apenas destaque o verdadeiro legado do jogo: ele não precisa de polimento ou modernização para ser especial. Sua força está na simplicidade e na diversão explosiva que oferece.

Worms Armageddon é um jogo que, em vez de ficar datado, parece ter ganho mais valor com o passar dos anos. Seja para reviver as risadas de um multiplayer local ou para se perder na nostalgia das vozes dos minhocas, o jogo continua a ser uma experiência única. Afinal, em um mundo repleto de gráficos ultrarrealistas e narrativas épicas, ainda há algo mágico em simplesmente juntar uns amigos, preparar umas granadas e deixar o caos tomar conta.

NOTA:
8
/10

Spore


Quando Spore foi lançado em 2008, parecia ser uma experiência revolucionária, algo que prometia transformar a maneira como pensamos sobre jogos. Imagine um jogo que te leva de uma célula perdida num oceano primordial até o domínio galáctico – era isso que Spore oferecia. Criado por Will Wright, o gênio por trás de The Sims [1], o jogo trouxe uma promessa única: liberdade criativa em todas as escalas – desde microscópica até cósmica. E, embora tenha alcançado momentos brilhantes, também tropeçou em algumas de suas ambições.

Desde o início, o jogo te convidava a criar. O Editor de Criaturas era a alma dessa experiência, permitindo que você moldasse criaturas, veículos, edifícios e até naves espaciais. Esse editor era onipresente em todas as fases, evoluindo junto com cada estágio de evolução do jogo.

Logo no início, no estágio celular, você controlava uma pequena criatura que lutava para sobreviver. Era simples, quase instintivo: comer ou ser comido. Suas escolhas – ser herbívoro ou carnívoro, atacar ou fugir – moldavam as bases para o que sua criatura se tornaria nas próximas etapas evolutivas. Esse início, com sua simplicidade quase primitiva, já entregava algo mágico. Era brincar com a evolução em sua forma mais pura.

Quando sua criatura emergia da água e dava os primeiros passos em terra firme, o jogo tomava outra dimensão. O estágio de criatura era onde muitos jogadores realmente se apaixonavam por Spore. Aqui, o Editor de Criaturas florescia, permitindo alterações detalhadas na anatomia: adicionar patas, asas, olhos ou criar algo completamente bizarro. Ver essas criações ganharem vida, interagir com outras espécies e explorar o mundo ao redor era como assistir a um sonho ganhar forma.

A transição para o estágio tribal marcava uma mudança. Deixava-se de ser uma criatura solitária para liderar uma tribo. Você podia ser diplomático ou guerreiro, gerenciando recursos e alianças como em um jogo de estratégia em miniatura. Embora o estágio tribal fosse bem interessante, para mim, a verdadeira mágica estava na fase seguinte: a civilização.

No estágio de civilização, Spore se transformava em algo próximo de Civilization ou SimCity, mas com a liberdade criativa que era a marca registrada do jogo. Essa sempre foi o meu estágio favorito, porque combinava estratégia com a possibilidade de deixar sua marca criativa em tudo que fosse construído. Criar veículos únicos – sejam eles tanques, navios ou aviões – e moldar o design das cidades era apenas o começo. Cada detalhe podia ser ajustado, desde a arquitetura dos edifícios até as características culturais do seu império, permitindo uma personalização quase infinita.

Mais do que isso, o estágio de civilização oferecia várias formas e estilos de expandir seu domínio, dependendo das escolhas que você fazia. Você podia conquistar cidades rivais com estratégias militares, utilizando seus veículos de guerra para invadir e tomar territórios. Alternativamente, era possível estabelecer rotas comerciais e crescer economicamente, comprando cidades menores ou enfraquecidas por meio da acumulação de riqueza – o que eu, particularmente, preferia. Para quem preferia uma abordagem mais pacífica, havia também a opção de converter cidades vizinhas por meio de crenças religiosas, usando unidades missionárias para influenciar outras culturas. Essa flexibilidade de métodos fazia com que cada partida fosse única, adaptada ao estilo do jogador. A diplomacia também tinha seu lugar, permitindo que alianças fossem formadas para proteger interesses comuns ou facilitar o crescimento econômico.

A sensação de ver sua civilização prosperar era incomparável. Assistir à transformação de pequenas vilas em metrópoles vibrantes, com sua identidade cultural e estética, trazia uma satisfação única. À medida que você avançava, era possível desbloquear tecnologias mais avançadas, incluindo superarmas capazes de mudar o rumo de uma partida. Era um estágio que, para mim, equilibrava perfeitamente criatividade e estratégia, permitindo que você experimentasse o que era liderar uma sociedade inteira com um toque pessoal e único.

Finalmente, o estágio espacial (galáctico) parecia a culminação de tudo. A ideia de explorar galáxias inteiras, colonizar planetas e interagir com civilizações alienígenas era incrível no papel. No entanto, ele tropeçava na repetição. As missões, que inicialmente pareciam promissoras, logo se tornavam mecânicas. Apesar disso, a escala e a possibilidade de revisitar o Editor de Criaturas para criar novas criaturas ou ajustar as existentes ainda ofereciam momentos de pura criatividade.

O legado de Spore é tão complexo quanto o próprio jogo. Ele trouxe ferramentas inovadoras de criação e uma experiência moldada tanto pelo jogador quanto pelo design. No entanto, enquanto The Sims, também obra de Wright, conquistava jogadores com a familiaridade do cotidiano, Spore ousava explorar o desconhecido. Mas essa ousadia acabou afastando parte do público que buscava algo mais imediato e menos conceitual.

É fato: nem todas as partes do jogo envelheceram bem, mas a nostalgia e a criatividade pulsante do jogo ainda ressoam. Afinal, quem nunca sonhou em criar um universo inteiro? Mas e você? Qual foi sua criatura mais memorável ou aquele planeta que marcou sua jornada em Spore?